
FolkComunicação: a arte além da vitrine
Ah, querida folkcomunicação... Ela que está em tudo o que vemos e vivemos. Nos muros de prédio, nos movimentos artísticos de rua, no carnaval e até mesmo em frases da traseira de caminhão. Mas o que é folkcomunicação? É uma disciplina cientifica que está inclusa na Teoria Crítica, criada pelo comunicólogo latino-americano Luiz Beltrão de Andrade de Lima em 1963, na Universidade Católica de Pernambuco, tendo como objetivo o estudo da comunicação popular e o folclore na difusão de meios urbanos, marginalizados social e culturalmente, sem acesso ou representação nos meios de comunicação estabelecidos (imprensa, rádio, televisão, internet) que precisam comunicar ao mundo alguma informação. Ou seja, folhetos de cordel, grafites, pichações, frases em paredes de banheiro publico, Santinhos (de orações), Tatuagens, entre outras, é tudo folkcomunicação.
Cada parte aqui do Brasil tem uma versão da cultura, em alguns lugares é normal ter manifestações religiosas, com a crença de água benta e procissões, em outros é comum achar artistas dançando no meio da rua ou cantando livremente. Em seu modo de ser cada estado tem uma forma de mostrar ao mundo como eles são. Lembram-se da história da loira do banheiro ou do saci-pererê? Isso também é a folkcomunicação! É levar o conhecimento da cultura sem precisar usar um veiculo midiático. E essa era a maior dificuldade de Luiz Beltrão, produzir uma teoria que funcione para a realidade local, e, que, não sendo importada de academias européias e americanas, sejam capazes de atender a demanda de regiões culturalmente distintas, como a Nordeste e a Sul.
Os olhares da sociedade pela folkcomunicação são distintos, na maioria das vezes são positivos. Para alguns tudo isso de grafite e pichação é “falta de coisa pra fazer” ou “perca de tempo”. Para outros é interessante ver a capacidade da mobilização dos estados e a diferença na vivencia de um povo que mora em um mesmo país. Não se precisa mais ir a um museu para apreciar a arte, todas as classes são artistas. Alguns fazem a folkcomunicação sem saber que a esta fazendo, e mesmo sem saber acaba levando sua identidade a quem não conhece.
É gente que usa roupa diferente é gente que tem uma rotina noturna, é gente que considera arte um desenho na parede, é gente que se fascina com as historias antigas, é gente como a gente, mas com o pensamento tão diferente.